Bed Sharing – A verdade por trás da cama compartilhada

Recentemente fiz um post bem-humorado sobre cama compartilhada e vi que muitas mamães e papais se identificaram com essa situação, por isso decidi trazer um post completinho falando mais desse assunto!

Bed Sharing vem sendo um tema muito discutido por grande parte das academias de pediatria mundo a fora, incluindo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Isso porque esse hábito tão comum é condenado por muitas academias pediátricas devido ao risco de morte súbita, e incentivado por tantas outras devido a vários fatores.

Mas calma! Vou explicar melhor sobre este e outros riscos e algumas vantagens da cama compartilhada para que cada mãe e cada pai decida o que é melhor fazer com seu bebezinho de acordo com suas necessidades e condições. Vamos lá?

A cama compartilhada é um método que vem sendo usado por muitas mães devido a sua praticidade na hora de amamentar e para vigiar o bebê facilmente durante as horas de sono. A mamãe, na maioria das vezes exausta, opta por deixar seu bebezinho dormir ao seu lado para que consiga descansar um pouco, e outras vezes o papai acaba tendo que ir dormir no sofá, em algum outro cômodo ou acaba compartilhando a cama com os filhos mesmo. Pelo menos todo mundo descansa, mesmo que desconfortável!

Um antropólogo da Universidade de Notre Dame (EUA) chamado James McKenna, em entrevista para CRESCER, traz à tona um novo conceito chamado breastsleeping, palavra em inglês que une a amamentação ao sono e incentiva a prática da cama compartilhada para facilitar os cuidados com o bebê e o descanso da mãe. As evidências de seu estudo que são usadas para defender este novo conceito foram estudadas durante 38 anos de pesquisa no Laboratório de Comportamento do Sono entre Mãe e Bebê da Universidade de Notre Dame. James destaca que se as devidas precauções e cuidados forem tomados, o hábito da cama compartilhada pode sim ser seguro e contribui para que o bebê se sinta mais seguro.

Em contrapartida, diversos outros estudos publicados, como um artigo publicado no jornal americano Pediatrics, divulgam números preocupantes em relação ao risco de morte súbita e a cama compartilhada. Entre os mais de oito mil casos de morte súbita registrados nos EUA nos últimos anos, cerca de 69% destes casos ocorreram com bebês que dormiam dessa forma. Além disso, o número de bebês que faleceram devido a sufocamento acidental ou estrangulamento com o uso de cama compartilhada também causou alerta nos últimos anos, de acordo com dados divulgados pela Academia Americana de Pediatria.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) faz parte do grupo que contraindica a prática da cama compartilhada pois afirma que existem mais riscos do que benefícios para o bebê, além de argumentar que a criança pode crescer com a necessidade de sempre dormir alguém ao seu lado. Porém, a SBP também recomenda que os bebês de até 6 meses durmam em um berço no quarto dos pais.

Resumindo, pessoal, a decisão de compartilhar a cama parte dos pais após diversos fatores serem analisados. Entre eles é importante analisar qual impacto essa mudança terá na rotina da família, se eles estão seguros da decisão e pretendem tomar os devidos cuidados para evitar acidentes, se ambos estão de acordo, se a situação foi conversada com o pediatra, se os pais não fumam ou bebem para evitar expor o bebezinho a esses fatores, etc.

O importante mesmo é que todo mundo consiga dormir direito, pessoal! Seja cada um no seu canto, compartilhando a cama ou os pequenos tomando conta da cama dos pais!

 Então, Dra. Kelly, quais são as recomendações seguras para a cama compartilhada? Essa parte vai ficar para o próximo post!

Eu acredito que a cama compartilhada pode ser benéfica para mãe e bebê, e pode ser feita sim, desde que seja de forma segura! E vocês?

FONTE: 

https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/BFM.2019.29144.psb

https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/cama-compartilhada-pode/

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Um bjo,

Dra Kelly Marques Oliveira

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Dra Kelly Marques Oliveira

CRM 145039

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